Vulturine "Cântico Gangrenoso" Slipcase CD

Produto novo

Black Metal.

Novo e matador álbum da banda. Uma ode ao Black Metal underground e anti status quo, com excelente produção e composições maduras, harmonias dissonantes e complexas, flertando com o avant-garde e industrial. Item obrigatório e limitado em apenas 300 cópias!

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R$ 35,00

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Resenha:

VULTURINE “Cântico Gangrenoso” CD 2022 (Drakkar Brasil)

Por Tiago Siqueira / Akkeldama Zine

Não haveria momento mais propício para o lançamento de um novo álbum do Vulturine do que esses dias escuros em que mal o planeta busca se refazer de um turbilhão pandêmico e se vê novamente às voltas com a possibilidade de uma nova onda de propagação da varíola em larga escala planetária, levando todos a vivenciarem um novo e real pesadelo de confinamentos, mortes e restrições de toda a sorte. Pode parecer negativismo demais de minha parte, mas é exatamente esse tipo de terror (non-fiction) que se observa nas entrelinhas desse álbum, uma espécie de ode amaldiçoada à um período de experiências reais de pragas, pestes, ausência de esperança, morte em larga escala e total vulnerabilidade frente a um dúbio e negro futuro para a humanidade.

“Cântico Gangrenoso” traz 7 composições diretas no alvo, de um Vulturine desconectado com qualquer tendência seja ela Black Metal ou artística, que possa servir como um ponto referencial. E aqui talvez resida aquela linha tênue que separa os artistas genuínos dos meros pastiches e imitações baratas que eclodem aos cântaros por aí.

“Epistemologia da Desgraça” abre o disco com camadas absurdas de riffs dissonantes, musicalidade moderna, flertando com ambiências rústicas, levando o ouvinte a uma jornada desesperada de claustrofobia sonora, propositadamente voltada ao niilismo na sua expressão mais crua.

“...A Minha Vez” o single já divulgado pela banda e resenhado por nós dias atrás é uma das faixas mais técnicas e que mostram a atual fase de um Vulturine maduro e intenso na sua técnica, talento e musicalidade única, com a incursão de um belo solo e algumas melodias grudentas no meio da faixa, com riffs que vão crescendo e variando de ritmos até o final da música.

“Covid Euthanasia” traz a epítome do desespero de vocais agonizantes, imiscuindo-se em alguns efeitos que beiram o Industrial, num ritmo angustiante com quebradas de bateria altamente complexas. Uma faixa assombrosa sobre uma era de completa desesperança e dor humanas!

“Um Rosário de Pragas” traz um andamento mais arrastado, fúnebre e lúgubre, sendo a única faixa do álbum que talvez se aproxime um pouco ao material pregresso da banda, com alguns riffs que chegam inclusive a remeter ao Black Metal mais convencional dos anos 2000. Sua parte final destoa do início, entrando num dedilhado dobrado pesado, com um cantochão melancólico infantil de arrepiar.

“Viktim 600” é a entenebrecida sinfonia do arauto da morte dos dias atuais! Com elementos ambientes e vocalizações eletrônicas, batidas modernas e clima catastrófico, a faixa chega a nos remeter ao antigo projeto do guitarrista W., o Skiltron NNV, cheio de elementos eletrônicos, futuristas e agonizantes. Diferente de tudo!

“Veins”, a penúltima faixa traz de volta o ataque sonoro pesado, coeso, entrosado e altamente talentoso em uma execução rápida, cheia de quebra de tempos, variação de riffs, vocais extremamente atormentados, reminiscências de fétidos odores sepulcrais exalando infestados vapores miasmáticos. Um verdadeiro tormento sonoro sem precedentes. A alternância entre velocidade, cadencia mórbida e um final tétrico e fantasmagórico são o destaque da faixa.

“Cântico Gangrenoso” a faixa final que sela o caixão desse opus pestilento é uma composição inicialmente arrastada, um cantochão infame que mais parece entoada nos mais turvos e insalubres leprosários. Música pesada, exalando enxofre, emitindo energias desagradáveis, cheirando a morte e maldição.

Tenho a certeza após 5 audições antes de escrever esse review que o novo álbum do Vulturine é uma peça funesta, detestável aos fãs do standart e do estabilshment, incompreensível para os ouvidos moucos de uma cena fanfarrona e quixotesca. Não há como ouvir o novo Vulturine e não perceber que esses caras, músicos talentosos há 30 anos, todos com um legado dentro da cena Black Metal, só querem algo daqui para a frente, não fazer mais parte de nenhuma porra de cena!!!!

Continua Black Metal???? Continua!!! Claro...Guitarras, Baixos...Baterias e Vocais obscuros sempre fizeram parte da receita principal dessa cozinha. Mas engana-se você que a música apresentada nesse álbum se dirija a um público específico. Isso me faz lembrar de trecho de Nietzsche no aclamado poema “Assim falou Zaratustra” que versava assim: “Este livro pertence aos homens mais raros. Talvez nenhum deles sequer esteja vivo. É possível que se encontrem entre aqueles que compreendem o meu “Zaratustra”: como eu poderia misturar-me àqueles aos quais se presta ouvidos atualmente? — Somente os dias vindouros me pertencem. Alguns homens nascem póstumos”.

Pois são sentimentos tais o do filósofo do martelo, que cabem qual uma luva à essa obra doentia, natimorta, proscrita, pestilenta e não menos monumental que o Vulturine acaba de abortar nesse mundo decadente e sem nenhuma esperança futura! O cancioneiro dos dias finais foi lançado!

À quem interessar possa, está disponível temporariamente para audição no bandcamp em: vulturine.bandcamp.com e será lançado no formato físico pela subdivisão sul americana da Drakkar Productions em: www.drakkarbrasil.com.br

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Vulturine "Cântico Gangrenoso" Slipcase CD

Vulturine "Cântico Gangrenoso" Slipcase CD

Black Metal.

Novo e matador álbum da banda. Uma ode ao Black Metal underground e anti status quo, com excelente produção e composições maduras, harmonias dissonantes e complexas, flertando com o avant-garde e industrial. Item obrigatório e limitado em apenas 300 cópias!

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